Quando a crítica é
destrutiva
É interessante
percebermos que o ego do ser humana não aceita críticas, em geral, mesmo
àquelas construtivas. É uma forma de dizer: só estou me defendendo. Entretanto,
somos acometidos de críticas no nosso cotidiano, onde a maioria não é digerida.
Somos ainda o
outro lado da moeda: criticamos e às vezes sem medir as consequências ou pôr-se
no lugar do outro. Há atitudes que poderiam ter sido evitadas facilmente:
parar, pensar, falar.
O modo como
ela é feita se modifica com o tempo. Com o amadurecimento ela fica mais sofisticada.
Isso não significa que ela se torna mais aceita por parte do receptor.
Uma
das etapas do amadurecimento, a meu ver, é saber filtrar essa chuva de críticas
que vivenciamos em todos os meios em que passamos.
Minha atual
professora de Português falou de algo interessante e que, particularmente me
chamou a atenção: contou que sempre que faz uma crítica a algum serviço ou
produto que adquire, ela sugere soluções que auxiliem nas decisões da empresa. As
empresas devem gostar.
Percebi que muitas
vezes critico pessoas, seguimentos sociais, entidades... mas nem sempre tenho a
solução ou embasamento para tal. Hoje mesmo me ocorreu um fato que me casou
frustração: certa pesquisadora passou indagando sobre as intenções de voto e se
eu aprovo a atual gestão municipal e federal. Sentindo-me o fodão em política e
um crítico autêntico respondi algumas questões:
-- Como avalia a segurança
municipal? Ruim. (Mas não volto atrás)
-- Como avalia a presidenta Dilma? Regular.
-- Votaria em qual dos candidatos
a prefeito: Rocha ou Correia. Nenhum ( com um espírito de cidadão consciente,
esnobe e fodelão)
Daí ela fez uma pergunta que
destruiu todo esse sentimento de prepotência e de crítico incoerente:
-- Quem você indicaria para assumir o cargo de
Prefeito(a)?
Parei por 20
segundos para pensar e percebi que eu critiquei sem apresentar a solução para
algo que tanto me preocupo e que às vezes discrimino quem está inerte nesses
casos.
Resposta: Não indico ninguém.
Onde foi parar
o cara que respondeu aos questionamentos anteriores com tanta veemência? Felizmente
a entrevista acabou, pois eu me constrangi.
As críticas
são feitas sem critério e sem reflexão, de modo constante. Exemplo: criticamos políticos
por pouco fazerem; mas será que estamos fazendo algo no âmbito escolar, rua,
bairro...? Ou ainda: estamos sendo eleitores ativos, cobrando o que nos é de
direito e exigindo melhorias para nossa comunidade?
Criticamos um
jogador por perder um gol absurdo ( como o do Deivid que até EU faria, FDP!!!), mas será que
não tivemos um erro equivalente ao dele no trabalho, na escola, em casa, ou com
alguma pessoa?
Não!
Criticamos indiscriminadamente por falta de autocontrole e/ou autocrítica e não contribuímos para a melhoria daquilo que
consideramos inadequado.
Espero que as
pessoas, principalmente eu, utilizem a crítica como um mecanismo de avanço
social, intelectual e moral observando sempre que ninguém gosta de recebê-la (não
sejamos hipócritas ao dizer que gostamos) e que podemos utilizar maneiras sutis
de fazê-lo.
E pra
concluir: não lembro de ter errado algo
semelhante ao ‘’gol’’ do Deivid.